Quente, frio ou morno?
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Posted:Aug 21, 2007 2:18 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:03 pm
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Perdido por entre um olhar meigo e umas letrinhas cativantes, variados são os assuntos despertados numa mente pensante, provavelmente porque de um encanto de alma de alimenta. Parece-me óbvio que embora seja a mesma coisa, de preto ou branco não se trata, pois colorido era o momento, e que cor celestial tinha.
Quente ou frio era a questão. Não há morno, dizia um dos interlocutores. Há sim, dizia o outro, convenientemente, sublinhe-se. Na minha humilde opinião HÁ. Senão veja-se, o líquido quente queima os lábios, o frio estala os ossos, o morno conforta; o ar quente sufoca-nos, o frio gela-nos, o morno embala-nos. Sim, admito que a subjectividade do tema, possa ter um sem número de argumentos opostos, mas não eram líquidos ou ar que estavam em questão, mas sim sensações e sentimentos.
O morno a que eu me refiro, é o morno de uma relação, que aliás ainda não o é. Não o frio da falta de sentimento mais íntimo, e assim o defino por me recusar a usar a palavra, nem o quente de uma paixão, apenas o morno da descoberta do outro. Falo da incerteza que nos alimenta após o encanto e nos retém antes de o declararmos, da dúvida que permeia a declaração e a paixão carnal vivida. Falo da alegria que sentimos na empatia, na cumplicidade, em todo o processo de sedução antes da entrega. Como é lindo e dinâmico, excitante e vivo. Algo como “agora apetecia-me abraçar-te” ou “tenho frio” e a inevitável pergunta em jeito de resposta, “queres que te aqueça?”.
O morno do que está para acontecer, não é o que faz o sangue correr mais célere nas veias? Não será o morno, a incerteza que nos faz acordar de manhã com um sorriso? Não será o morno, os dias em que após acordarmos, a primeira pessoa em quem pensamos é a do suspense. Nem tanto a obscuridade de correspondência, mas a incerteza de sensações, do desenrolar dos momentos. Não será o morno, o procurar um carinho nas entrelinhas de um poema, na letra de uma canção, o tentar identificar-nos com algo e deixar essa marca todos os dias, até ouvir da outra pessoa o reconhecimento de que ela chama nos chama de fofa, ou nós a chamamos de Titi ou Teté, ou outro diminutivo qualquer indicativo de carinho.
Não será em todo o processo de sedução dos animais que reside algo que não é quente ou frio, simplesmente é morno e nos aquece a alma? Porque se não é, que nome lhe dar? E já agora há alguém que o dispense?
Note-se a caso deste canteiro no ciber espaço plantado! Quando alguém nos aborda com um vulgar “estou duro, que achas?!” ou “a tua foto deixa-me teso”, isto será falta de dinheiro? Entrar num chat e dizer “onde estão as gajas” ou “quem é que me quer comer”, será falta de visão ou fome? Não me parece, além de vulgar, ridículo e despropositado, parece-me falta de respeito. Depois ainda temos que levar com um “vou-me embora que as gajas aqui não respondem” tão piedosamente exclamado à espera que alguém diga” não, não, anda cá que eu como-te, aliás desde que acordei para a vida que a minha maior necessidade é alguém que me coma”. Pois… também isto, além de ausente de conteúdo, humanismo e classe, é falta de “morno”.
Na minha humilde opinião há morno sim, e na tua?
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Emo
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Posted:Aug 14, 2007 4:40 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:03 pm
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O sedutor não fála Murmurra sussurra E com isso nos cala
Quando chega a sedução Ela nunca bate à porta Entra, e em nós se instala Como um arrepio que corta A alma, o amago, o ego Vai-se construindo como um pequeno lego Peça atrás peça Entranha-se na pele E quando damos conta Somos abelha em pote de mel
Sentimo-nos encantados Precisamos dela na veia Qual droga de que dependemos Qual bichinho perdido na teia
Sentimo-nos livres e especiais Libertamos sorrisos Por coisas banais Sentimo-nos belos e diferentes Encantados e independentes Sem tristeza e sem mal Viramos um ser especial Dá-nos auto-estima e confiança Como um sorriso de uma criança
E quando a sedução se vai Não fica dor, só gratidão Por alguém nos ter apresentado Ao nosso próprio coração
Pobre de quem não reconhece E por isso não vive Uma sedução com classe É uma voz sem canção É um rosto sem face.
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Porqu
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Posted:Aug 10, 2007 7:26 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:03 pm
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Porque foges de ti? Porque não queres ser Mulher, quando teu corpo para mim sorri? Porque te fechas em tu'alma? Porque te escondes atrás de um olhar? Porque te refugias na calma? Porque buscas a perfeição? Porque inventas mil motivos, para esconder teu coração? Porque espalhas tanto mel? Porque negas a sedução? Porque te sinto na pele? Porque negas ao teu corpo, caricias de paixão? Porque te dás e te retiras? Porque minha alma reviras? Porque não vives um só momento, ainda que pleno de intensidade? Porque insistes em querer o todo? Porque não queres pela metade? Porque tanto procuras amor, que seguramente te trará dor? Porque vives para os outros? Porque me encantas aos poucos? Porque não consegues impedir, a minha alma de sorrir? Porque escuto teu pranto? Porque me fazes pensar em ti? Porque me dás tanto encanto? Porque me dás esperança? Porque me deixas viver-te? Porque me inspiras confiança?
Porque te vejo então diferente, de todas as outras mulheres? Porque não me sais da alma, se é só amizade, o que de mim queres...
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Florescendo
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Posted:Aug 10, 2007 7:08 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:04 pm
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A uma flor me entreguei Na plenitude de uma paixão Com suas pétalas pintei Um nome em meu coração
Do coração até aos pés Seguro pela sua raiz Me sinto assim cortês Respirando um ar feliz
Feliz de quem se cruza Por tamanha beleza crua Com corpo de bela musa E alma muito só sua
Sua rega de lágrimas feita Não de tristeza mas felicidade Que este belo mundo enfeita Com magia e simplicidade
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Imunidades
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Posted:Aug 10, 2007 6:39 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:07 pm
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Há quem diga que o amor, quando acaba faz doer. Estou imune dessa dor, dessa agonia e desse sofrer
Ouve-se por aí dizer, da angustia da saudade. Estou imune a esse perder do amor e da amizade.
Do trabalho há quem diga. que trás cansaço e pouco dinheiro. Estou imune a essa fadiga. tenho prazer o dia inteiro.
Também ouvi falar, na beleza da sedução. Estou imune a tal cantar, sou surdo a essa canção.
Fala-se por esse mundo, dum sentimento chamado paixão. Estou imune a esse fundo Por ser raso meu coração
Afinal só tenho ouvidos, não vivo, só respiro Estou imune aos outros sentidos, e desta vida me retiro.
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Stormy waters
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Posted:Aug 10, 2007 6:37 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:08 pm
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Following a deep river I dive into passion With care and delivery It’s a quiet reaction, Running from any injury That might cause this attraction
The water's trembling Is the blood in my veins The strong breeze blowing It’s you on my brains Burning of desire In my body's intense fire
I want to run, but I can't I follow down stream So I deliver my lonely self To the beauty of this dream
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Eu queria...
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Posted:Aug 9, 2007 3:46 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:09 pm
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Eu queria...
Gostar da bela e da normal Pensar na morna e na fatal Namorar a amada e a vizinha Amar a jovem e a velhinha
Querer a calma e a terrível Desejar a simples e a incrível Seduzir a fria e a fogosa Sentir a safada e a honrosa
Saborear a doce e a salgada Ver a aberta e a fechada Ouvir a calada e a faladora Ler a iletrada e a doutora
Manter a barata e a cara Ter a sombria e a clara Perdoar a justa e a má Acarinhar a doente e a sã
Respirar a breve e a constante Embalar a esperançosa e a desesperante Perceber a curta e a imensa Viver a vida de forma intensa
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Sono profundo
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Posted:Aug 9, 2007 3:35 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:10 pm
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Ontem eramos risos E sentia-te bem aqui Hoje nem sorrisos Apenas pedaços de ti
Ontem sabia ser normal Numa ténue linha de vida Hoje sinto-me especial Só mas de alma aquecida
De repente o castelo desabou fechaste os olhos imensos Parece que tudo parou os sonhos viraram tormentos
A nossa bela existência de futuro virou passado De repente é só dormência Num musculo de alma pesado
Tenho sono, vou dormir Mas meus olhos têm medo Ainda é grande a raiva Por teres ido tão cedo
De corpo tão pequenino Te recordarei enorme Com o coração de um menino Tua alma agora dorme
Ao ires, fiquei isolado Quando morrer dormirei Para quê estar acordado Se teus passos seguirei...
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Mar
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Posted:Aug 9, 2007 3:25 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:10 pm
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Hoje é dia de calma Até o mar amainou E posso descansar a alma Que o teu olhar acordou
Vejo sorriso na ondulação Sinto arrepios na água gelada E na espuma a emoção De um toque em pele molhada
Em cada gaivota, gritos de prazer Na maresia, o teu cheiro E na incerteza de te ter desejo teu corpo inteiro
Barcos rasgam tal imensidão Desenham trilhos no mar Na minha mente vivo com paixão A hora de te beijar
Em cada onda um abraço Parece que nem me conheço E é no sossego deste espaço Que em teus braços adormeço
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Pele II
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Posted:Aug 9, 2007 3:21 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:10 pm
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A adrenalina cobria dois rostos A incerteza os seus sorrisos, E perante fogos antes postos Os gestos eram concisos
O incerto, deles tomou conta O que era certo ficou de lado A cumplicidade de grande monta Era desafiada pelo ar calado
Era pouco o que tinham Tanto veio do outro e de um E assim os desejos vinham Inovar o senso comum
Ambos se olharam com doçura A partilha de antes imperava E por toques de ternura Uma alma desesperava
Porque de duas se fez uma Quando as bocas se uniram E a dúvida assim se esfuma Em momentos que já viram
Em papel pautado de sedução, Se envolveram na certeza De uma cúmplice atracção Imposta pela natureza
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Pele
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Posted:Aug 9, 2007 3:15 am
Last Updated:Jul 7, 2008 12:10 pm
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Cada vez que recebemos algo de alguém, sentimos começar uma nova vida, e que magnífico podermos ter, ao recordar uma imagem esquecida. Quando me apareceu pela frente, nem importância lhe dei, mas na mente me ficou e quando pude a agarrei. Fui percebendo a sua essência, pegando em bocadinhos seus, foi entrando na minha existência, afastando as nuvens dos céus, que eram cinza mas de cor imensa, eram grandes e por explorar, plenos de uma dose intensa, de paixão por delícias sonhar.
Não era o modelo da beleza, que bom, eu também não, por isso com certeza, que fiz-me grande em vez de anão. Que bem juntava as letrinhas, umas de corpo, outras de alma, e usava palavrinhas que me tiravam a calma. Tinha uma pele incrível, de um branco imaculado, que só apetecia tocar e pedir para ser beijado durante horas, num bailado sensual, num amor não carnal, apenas de toque, de carícia, de beijo, de sussurro.
Não queria nada que não fosse toque, queria silêncio, queria algo diferente, sem barulho de carros, pessoas e nem sequer gente. Também não havia problema, porque mesmo que barulho houvesse, eu nada escutava, estava entregue a uma pele, que há algum tempo esperava. Não queria sexo carnal, de fluidos e de gemidos, posições extravagantes e sons ofegantes, queria silêncio puro, envolto em carícias e toques.
A língua trazias sorrisos, num arrepio maldoso de bom, os beijos eram a música, que soava em calmo tom e som, e com que tranquilidade os recebia, pareciam dois seres assexuados, felizes, calmos, sentindo poros suados. A um movimento de boca, correspondia um gesto de pele, em cada pedaço beijado estava um pingo de mel, e que sintonia bonita, que dose de partilha atrevida, que cumplicidade esquisita, que doía de tão sentida. Ah mas doía de bom, de vida e prazer, de entrega simples de um homem a uma mulher.
Porque não havemos de nos dar? Fechar os olhos e prescindir de nós, o silêncio saber escutar, e a sua sábia voz. Para que raio queremos a carne, se é tão funda e quente já está, é escondida e profunda, é voz de quem não está. Basta abrir a mente e os sentidos, fechar os olhos, abrir os ouvidos, e escutar o silêncio ensurdecedor, de um toque de pele tão lindo, que é esplendor.
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Infidelidades e facadazinhas
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Posted:Aug 6, 2007 4:41 am
Last Updated:Apr 3, 2012 4:55 am
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Motivado por vários artigos da caríssima Vity40, que tanto gosto de ler, mais propriamente pelas suas pesquisas sobre “infidelidades” e “facadazinhas” nas relações, preciso de pensar com os dedos. Se a minha liberdade termina onde começa a do outro, como respeitar a identidade de cada um? Parece-me sinceramente que isto são segredos universais de vida, e não simples regras a preto e branco escritas, pois esta é uma questão que pertence às diversas nuances da vida.
Proponho a todos o seguinte raciocínio. Quais as questões fundamentais para um casamento funcionar ou existir? Pois por certo, que não andaremos de uma forma geral muito longe uns dos outros, mais coisa menos coisa. De forma ABSOLUTAMENTE ALEATÓRIA, deveremos ter então algo próximo de: -amizade -amor -carinho -fidelidade -respeito pelo espaço do outro -cumplicidade -uniformidade em relação às várias formas de pensar e estar: pessoal, profissional, religiosa, social, política, etc... -mesmos objectivos de futuro -Flexibilidade -Vida sexual
Coloquei 10 propositadamente. Agora tenham a coragem de lhes colocar a percentagem do valor que cada um tem para vós. Isso até me parece um exercício fácil, e por isso pergunto aos sábios que todos somos...
Algum deles por si só justifica um divórcio?
Sim porque, pelo que se vê, no momento da união, não justifica o fugir dela. Então e sendo que cada um tem uma percentagenzinha de extrema importância e todos se completam, só porque um falha, os outros todos perdem importância? Ou seremos nós que optamos pela facilidade de dizer, ela não respeita que preciso de ir ao ginásio, vou-me separar, ele não arruma as roupas dele, vou-me separar, ela não sabe fazer amor, vou-me separar, ele não me ajuda em casa, vou-me separar.
Não estaremos a fugir para o mais fácil, para a lei do menor esforço? Não será melhor desenvolver a nossa capacidade de sofrimento, e tentar alegrar a alma com algo que de facto o outro tem de muito bom? Como tão bem diz a Vity, “não estaremos só a olhar para nós próprios e para aquilo que queremos e precisamos para a nossa felicidade, e, se isso implicar a mudança total de personalidade do “outro”, não importa.”? Será que o outro não prefere que de tantos pontos apenas falhe um?
Atrevo-me a dizer, que não há relações perfeitas, não há amor eterno, há é relações duradouras por amor duradouro baseado no maior número possível de pontos base.
Saudações cavalheiras…
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Voo de f
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Posted:Aug 1, 2007 4:32 am
Last Updated:May 30, 2008 9:19 am
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O sol se pôs por detrás de um céu, que hoje se escondia em nuvens sobre nuvens, quais telhados de alma que quer rir e nem sorrir pode. A força da natureza, se faz hábito em tão obrigada vida, e mais não temos que fazer, senão sair à rua, à luta com o riso que não temos e o sorriso que fervemos na exclamação de um “bom dia” educado.
Era boa a intenção, nenhuma a tensão, e próspero o tesão de vida, que se esfuma num orgasmo precoce de quem acordou como o céu, e cisma, porque cisma, que nos tem que tolher a alma. Cruzes canhoto, vá de rectro Satanás, e para trás leve também, semelhante mau agoiro e braçadas em almas tormentosas. Deixa-me. Caramba, que diabo, sempre prefiro a clareza da minha mente turva, que semelhante empata de ideias, que nem vaga ideia tem.
Apesar da paisagem, cá dentro tenho céu azul, e voo livremente, ganhando embalo em cada brisa que quero acreditar me leve atrás das nuvens e por detrás delas ao calor do sol, e da ideia que faço, não vaga mas firme, porque quero ser LIVRE. Vou ser livre custe o que custar. Hei-de gritar, espernear, saltar, correr, cair e levantar, magoar, sangrar, suar e esbracejar, mas não me rendo, nem quebro nem torço. Só sofro, mas não me dói, porque hei-de lá chegar. E há-de ser novidade cada recanto desse céu, mas não abusarei da felicidade que hei-de encontrar, pese embora obstáculos, caminhos sinuosos, abismos e rasteiras.
E ao chegar aí verei, viverei, rirei e sorrirei num reino sem rei, por que tanto sonhei e lutei.
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